Mais do que uma luta pela bola, o futebol é uma batalha pelo tempo e pelo espaço; e defender bem é talvez o melhor exemplo, porque controlando o espaço, limitamos o tempo que o adversário tem para pensar e executar.

Já tínhamos demonstrado como era importante fechar o espaço central em FIFA 20: Conselhos Táticos – Como defender – Parte 1, porém, outro dos grandes trunfos para quem defende pode ser encontrado na lei do fora-de-jogo. Uma equipa que domine esse aspecto do jogo terá sempre uma enorme vantagem, visto que condiciona a forma como a outra ataca.

É precisamente isso que iremos abordar neste FIFA 20: Conselhos Táticos – Como defender – Parte 2. Trazemos alguns exemplos em que mostraremos como usar a regra em nosso favor, e que tão bem nos ajudará a escapar de situações complicadas de igualdade e inferioridade numérica.

Primeiro passo: É um situação de 2v2, onde o portador da bola está em condução completamente enquadrado e espera o momento certo para fazer o passe ao companheiro que se desmarca. Será necessário controlar a profundidade, levando o defesa a correr à frente do avançado para que possamos chegar primeiro a uma bola passada para as costas da linha defensiva.

Segundo passo: Esse controlo de profundidade deverá ser feito com o central oposto ao portador da bola, de maneira a que o colega da esquerda se mantenha numa posição de contenção e ajude a atrasar o avanço do ataque.

Terceiro passo: Ficar atento ao momento do drible; depois de estar a ser efectuado o controlo da profundidade, é no momento em que o portador adianta a bola que se dá o momento de recuar e voltar a alinhar com o colega.

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Quarto passo: Devemos recuar na direcção do outro defesa, não só para orientarmos o corpo mais rapidamente, mas também para criarmos uma situação de 2v1 desfavorável o jogador que tem a bola.

Primeiro passo: Neste caso é um 3v2 com vantagem numérica para o nosso lado, numa forte posição defensiva formada por um triângulo de dois centrais e um médio defensivo.

Segundo passo: Prioridade: controlar a profundidade com o defesa central oposto ao portador da bola. O médio defensivo está bem colocado, logo, não interferimos, para que possa reagir a um passe para a zona interior.

Terceiro passo: Ficar atento ao timing do drible adversário e esperar o momento certo.

Quarto passo: Bola adiantada, é tempo de recuar e alinhar com o colega. Adversário em fora-de-jogo.

Primeiro passo: A situação é diferente, sendo na ala e estando nós em inferioridade numérica (1v2). A desmarcação imediata do avançado já não nos vai dar as condições ideias para reagir em conformidade.

Segundo passo: Controlar a profundidade ao mesmo tempo que nos aproximamos do jogador que se desmarca, de forma a que caso o passe seja feito, tenhamos uma probabilidade adicional de o interceptarmos, ou tentarmos o desarme na altura em que recebe a bola.

Terceiro passo: O passe não entrou, esperar o momento certo do drible.

Quarto passo: O atacante adiantou a bola, recuar na direcção do portador, tornando um 1v2 num 1v1, já em posição de bloquear a progressão.

Primeiro passo: Uma má abordagem defensiva deixa o adversário com vantagem numa situação 1v2 no flanco. O avançado já se desmarca.

Segundo passo: Tal como no caso anterior, controlar a profundidade, e sempre próximos do avançado.

Terceiro passo: Atentos ao drible do portador da bola, o timing definiu que bastará alinhar apenas com a linha defensiva para deixar o atacante em fora-de-jogo.

Quarto passo: Eliminada a ameaça, a prioridade passa por conter a progressão de quem leva a bola e simultaneamente fechar o espaço interior, reduzindo a enorme distância para o defesa logo à esquerda.

São pormenores que fazem toda a diferença. Calcular bem o simples instante em que o defesa deve recuar ou sair ao portador da bola, será suficiente para reduzir drasticamente as situações de verdadeiro perigo para a nossa baliza.

É tudo uma questão de tempo e espaço.

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Nuno Mendes
Completamente obcecado por tudo o que tenha a ver com futebol, é daqueles indesejados que passa mais tempo a editar as tácticas do PES do que a jogar propriamente. Pensa que é artista, mas não conhece as cores primárias, e para piorar, é ligeiramente daltónico. Recusa-se a acreditar que o homem foi à Lua.